As alergias em cães são um problema frequente que afeta a qualidade de vida dos nossos amigos de quatro patas, causando desconforto e, em alguns casos, complicações sérias.
Neste guia completo e aprofundado, vamos mergulhar no mundo das alergias caninas, explorando os 7 sintomas mais comuns que você NÃO pode ignorar. Vamos além da simples identificação dos sintomas, abordando as causas, os tipos de alergias, o diagnóstico e as opções de tratamento. Aprender a reconhecer os sinais e entender as alergias caninas é crucial para garantir que seu cão receba os cuidados necessários e viva uma vida mais feliz e saudável.
Alergia em Cães: Desvendando as Reações do Sistema Imunológico
Imagine o sistema imunológico do seu cão como um guardião dedicado, sempre pronto para defender o corpo contra invasores, como vírus e bactérias. Em cães alérgicos, no entanto, esse guardião se torna um pouco “zeloso” demais, entrando em alerta máximo diante de substâncias inofensivas, chamadas alérgenos. Essa reação exagerada desencadeia uma série de sintomas que podem variar de coceira leve a problemas de pele graves.
Mas o que são esses alérgenos?
Os alérgenos podem ser substâncias presentes no ambiente, como pólen, ácaros, mofo e poeira, ou substâncias que entram em contato direto com o cão, como pulgas, produtos de limpeza, tecidos e até mesmo a própria saliva do animal. Alguns cães também podem ser alérgicos a componentes da alimentação, como carnes, grãos e aditivos.
7 Sintomas de Alergia em Cães: Fique Alerta!
1. Coceira Intensa:
A coceira é, sem dúvida, o sintoma mais comum de alergia em cães. Ela pode se manifestar de diferentes formas:
- Coceira generalizada: O cão se coça por todo o corpo, sem foco em uma área específica.
- Coceira localizada: A coceira se concentra em áreas específicas, como patas, orelhas, focinho, axilas, virilha e ao redor dos olhos.
- Intensidade variável: A coceira pode ser leve e ocasional ou intensa e incessante, levando o cão a se coçar, morder, lamber e se esfregar em objetos compulsivamente.
2. Vermelhidão na Pele:
A pele do cão alérgico pode apresentar vermelhidão, inflamação e irritação, especialmente nas áreas afetadas pela coceira. A vermelhidão pode ser acompanhada de outros sinais, como:
- Erupções cutâneas: Pequenas bolhas, pápulas ou pústulas na pele.
- Descamação: Pele seca e com descamação.
- Crostas: Formação de crostas nas lesões de pele.
- Hiperpigmentação: Escurecimento da pele nas áreas afetadas.
- Espessamento da pele: A pele pode ficar mais espessa e áspera nas áreas cronicamente afetadas pela alergia.
3. Lambedura Excessiva:
A lambedura excessiva é uma tentativa do cão de aliviar a coceira e o desconforto causados pela alergia. No entanto, esse hábito pode agravar o problema, causando:
- Lesões na pele: Feridas, perda de pelos e infecções secundárias.
- Dermatite úmida aguda: Também conhecida como “hot spot”, é uma infecção de pele que se desenvolve rapidamente em áreas úmidas e quentes, como dobras de pele e axilas.
4. Problemas de Pele:
As alergias podem desencadear ou agravar diversos problemas de pele em cães, como:
- Dermatite atópica: Uma condição crônica e hereditária que causa coceira intensa, inflamação e lesões na pele.
- Dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP): Uma reação alérgica à saliva das pulgas, que causa coceira intensa e lesões na pele, principalmente na região lombossacra (base da cauda).
- Alergia alimentar: Uma reação alérgica a componentes da alimentação, que pode causar coceira, problemas gastrointestinais e outros sintomas.
- Infecções de pele: As lesões na pele causadas pela coceira e lambedura podem facilitar a entrada de bactérias e fungos, causando infecções secundárias.
- Otite: A inflamação no ouvido (otite) é um problema comum em cães alérgicos, especialmente aqueles com alergia atópica ou alergia alimentar.
5. Perda de Pelo:
A queda de pelo em cães alérgicos pode ser localizada ou generalizada, e pode ocorrer devido à:
- Coceira intensa: O cão arranha e morde a pele, causando a quebra e a queda dos pelos.
- Inflamação da pele: A inflamação crônica da pele pode danificar os folículos pilosos, levando à queda de pelo.
- Infecções secundárias: As infecções de pele podem causar a perda de pelo nas áreas afetadas.
6. Problemas Respiratórios:
Embora menos comuns do que os sintomas de pele, as alergias também podem causar problemas respiratórios em cães, como:
- Espirros: Espirros frequentes e repetitivos.
- Tosse: Tosse seca ou com produção de catarro.
- Secreção nasal: Corrimento nasal aquoso ou espesso.
- Dificuldade para respirar: Respiração rápida, ruidosa ou com esforço.
- Asma: Em casos mais graves, a alergia pode desencadear crises de asma, com tosse, dificuldade para respirar e chiado no peito.
7. Problemas Gastrointestinais:
As alergias alimentares podem causar uma variedade de sintomas gastrointestinais, como:
- Vômitos: Vômitos frequentes ou esporádicos, com ou sem a presença de alimento.
- Diarreia: Fezes moles ou líquidas, com ou sem sangue ou muco.
- Flatulência: Gases intestinais em excesso.
- Dor abdominal: O cão pode demonstrar desconforto abdominal, como sensibilidade ao toque na barriga, postura curvada ou inquietação.
- Perda de apetite: Diminuição do interesse por comida.
- Emagrecimento: Perda de peso gradual ou repentina.
Diagnóstico: Desvendando o Mistério das Alergias
O diagnóstico das alergias em cães é um processo que envolve:
- Histórico clínico detalhado: O veterinário irá fazer perguntas sobre o histórico do cão, como idade, raça, dieta, estilo de vida, ambiente em que vive, presença de outros sintomas e histórico de alergias na família.
- Exame físico completo: O veterinário irá examinar a pele, os pelos, as orelhas, os olhos e outros sistemas do corpo do cão para identificar sinais de alergia e outras condições que possam estar causando os sintomas.
- Exames complementares:
- Teste alérgico intradérmico: Um teste que consiste em injetar pequenas quantidades de alérgenos na pele do cão e observar a reação. É considerado o teste mais preciso para identificar alergias ambientais.
- Teste de alergia sérica: Um exame de sangue que mede os níveis de anticorpos contra diferentes alérgenos. É menos preciso do que o teste intradérmico, mas pode ser uma opção para cães que não toleram o teste intradérmico.
- Dieta de eliminação: Consiste em alimentar o cão com uma dieta hipoalergênica ou uma dieta caseira com ingredientes limitados por um período de 8 a 12 semanas, para verificar se os sintomas melhoram. É o método mais confiável para diagnosticar alergias alimentares.
- Raspado de pele: Um exame microscópico de uma amostra de pele para identificar a presença de parasitas, como ácaros e fungos.
- Citologia: Um exame microscópico de uma amostra de células da pele ou do ouvido para identificar a presença de bactérias, fungos ou outras alterações.
- Biópsia de pele: A remoção de um pequeno fragmento de pele para análise microscópica. É indicada em casos de lesões de pele graves ou que não respondem ao tratamento.
Tratamento: Alívio e Bem-Estar para seu Cão
O tratamento da alergia em cães visa controlar os sintomas, prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do animal. O plano de tratamento varia de acordo com a causa da alergia, a gravidade dos sintomas e as necessidades individuais do cão.
Opções de Tratamento:
- Medicamentos:
- Anti-histamínicos: Bloqueiam a ação da histamina, uma substância química liberada pelo organismo durante a reação alérgica, aliviando a coceira e a inflamação.
- Corticosteroides: Reduzem a inflamação e a coceira, mas podem ter efeitos colaterais a longo prazo.
- Imunomoduladores: Ajudam a regular o sistema imunológico, reduzindo a reação alérgica.
- Antibióticos e antifúngicos: Utilizados para tratar infecções secundárias.
- Imunoterapia: Um tratamento que consiste em administrar doses crescentes do alérgeno ao cão, com o objetivo de “treinar” o sistema imunológico a não reagir de forma exagerada. É uma opção para cães com alergia atópica ou alergia a picada de pulgas.
- Mudanças na dieta: Em casos de alergia alimentar, o veterinário irá recomendar uma dieta hipoalergênica ou uma dieta de eliminação, com ingredientes que o cão não tenha sido exposto anteriormente.
- Controle de parasitas: O controle rigoroso de pulgas, carrapatos e outros parasitas é essencial para prevenir alergias e infecções secundárias.
- Higiene: Manter o ambiente limpo, aspirar carpetes e móveis regularmente, lavar a cama do cão com frequência e evitar o acúmulo de poeira e umidade ajudam a reduzir a exposição do cão aos alérgenos.
- Banhos medicamentosos: Banhos com shampoos específicos podem ajudar a aliviar a coceira, hidratar a pele e remover alérgenos.
- Suplementos:
- Ácidos graxos ômega-3: Possuem propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar a melhorar a saúde da pele e do pelo.
- Probióticos: Ajudam a manter o equilíbrio da flora intestinal, fortalecendo o sistema imunológico.
Veja sobre: 5 Esportes Caninos que Você Precisa Conhecer!
Prevenção: Minimizando os Riscos de Alergias
Embora nem todas as alergias possam ser prevenidas, algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de seu cão desenvolver alergias ou a minimizar os sintomas:
- Escolha de raças: Algumas raças têm maior predisposição a alergias, como Bulldog Inglês, Pug, Shih Tzu, Golden Retriever e Labrador Retriever. Se você tem histórico de alergias na família, converse com o veterinário sobre a escolha da raça mais adequada.
- Alimentação de qualidade: Ofereça ao seu cão uma alimentação de alta qualidade, com ingredientes naturais e sem corantes, aromatizantes e conservantes artificiais.
- Controle de parasitas: Mantenha um programa rigoroso de controle de pulgas, carrapatos e outros parasitas.
- Higiene: Mantenha o ambiente limpo e livre de poeira, ácaros e mofo.
- Cuidado com a pele: Evite banhos em excesso, utilize shampoos específicos para cães e seque bem o pelo após o banho.
- Fortalecimento do sistema imunológico: Uma alimentação balanceada, exercícios físicos regulares e um ambiente enriquecedor contribuem para fortalecer o sistema imunológico do cão.
Cachorro com alergia: como identificar e tratar
Conclusão: Um Futuro Sem Coceira para o Seu Melhor Amigo
As alergias em cães podem ser desafiadoras, mas com conhecimento, observação e os cuidados adequados, podemos proporcionar alívio e bem-estar aos nossos amigos de quatro patas. Ao aprender a identificar os sintomas, compreender as causas e buscar o tratamento adequado com um médico veterinário, você estará contribuindo para uma vida mais feliz e saudável para o seu cão.
Lembre-se: a coceira incessante, as lambeduras compulsivas e as lesões de pele não são normais e podem indicar um problema de saúde subjacente, como a alergia. Não ignore os sinais, busque ajuda profissional e proporcione ao seu cão o alívio que ele precisa para viver uma vida plena e sem coceira!
